O espaço e o tempo são relativos. O ser humano tem nas suas referências pessoais a base para a leitura do espaço-tempo. Cada recorte pessoal é como um ponto no universo, sendo o corpo o mediador/executor desta relação. A arquitetura é também espaço mediador: de relações entre seres. Não de indivíduos com o meio, como é o corpo, mas de grupos de seres, sejam humanos ou não.
Ao arquiteto cabe ler e entender o momento presente, com olhos voltados para o futuro, a fim de buscar no espaço físico construído um mediador capacitado, que de fato potencialize as relações entre indivíduos. A arquitetura não altera o comportamento do indivíduo em sua essência.
O arquiteto, com mínima consciência da essência comportamental de indivíduos e seus grupos, pode antever as possíveis relações que se darão no espaço, que deve ser construído para abrigar com competência essas relações, podendo induzir relações ou percepções sensoriais ligadas à visão, ao tato, ao olfato e à audição.
Por meio de equipe competente, com um olhar interdisciplinar, incluindo na discussão dados provenientes do usuário final, arquitetos podem obter informações mais completas para aguçar os sentidos do usuário final, propondo espaços interessantes e eficientes, que sejam resultado da leitura e organização de tais informações, de modo harmônico, podendo ser totalmente novos estes espaços, bem como revitalizações de espaços antes sem uso, adequando-os aos dias correntes.